O vício em jogos de azar tem se alastrado no Brasil, impulsionado por plataformas online que prometem ganhos fáceis – como o polêmico “Jogo do Tigrinho”, alvo de operações policiais por fraudes e esquemas piramidais. Além dos prejuízos financeiros, a compulsão por apostas causa dependência química no cérebro, com consequências devastadoras para a saúde mental.
O esquema por trás do “Jogo do Tigre”
Investigado por crime contra a economia popular e lavagem de dinheiro, o jogo é acusado de:
✔ Usar influencers para promover falsos ganhos
✔ Manipular versões teste para enganar jogadores
✔ Movimentar milhões em esquemas ilegais
Em novembro de 2023, influenciadores como Du Campelo e Gabriel foram presos em Curitiba com carros de luxo, armas e US$ 13 milhões apreendidos.
Como o vício em jogos destrói o cérebro?
O psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento explica que jogos de azar ativam o sistema de recompensa cerebral, liberando dopamina – substância ligada ao prazer e à compulsão.
“Apostas arriscadas estimulam regiões como o córtex pré-frontal, criando um ciclo vicioso. O jogador busca repetir a euforia, mesmo sabendo dos riscos”, alerta o médico.
Sinais de alerta do vício:
- Apostar quantias cada vez maiores
- Mentir para familiares sobre perdas
- Perder emprego ou relacionamentos por causa do jogo
- Usar apostas para fugir de ansiedade ou depressão
Tratamento: como sair do vício?
Segundo o Dr. Flávio, a recuperação exige:
✔ Psicoterapia para mudar padrões de comportamento
✔ Medicamentos (em casos de ansiedade ou depressão associada)
✔ Grupos de apoio (como Jogadores Anônimos)
“Identificar os gatilhos é essencial. Muitos só buscam ajuda quando já perderam tudo”, reforça o especialista.
Dr. Flávio H. Nascimento
Médico psiquiatra com 10 anos de experiência, formado pela UFCG e residente pela UFPI. Pesquisador do CPAH e especialista em comportamento compulsivo.
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